terça-feira, 10 de janeiro de 2012

" ... São, São Paulo, meu amor ..."

Na infância não costumava driblar outros meninos de minha idade pelos campos e ruas do bairro, mas passava horas brincando de dar aulas aos meus primos mais novos. Quando me tornei adulto desejei ser poeta, mas é o funcionalismo público que me assegura a sobrevivência e que justifica minha ausência neste blogue, mas agora aproveitando o mês de aniversário da big apple paulistana, volto a rascunhar algumas linhas. Essa relação conturbada entre burocracia e poesia me traz à memória uma figura genial, Carlos Drummond de Andrade!
Tenho duas grandes paixões a poesia e a cidade de São Paulo, embora fosse mineiro muitos versos de Drummond parecem ilustrar a cidade mais cosmopolita do país, como o poema-pílula:
Cota zero
Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?
Quantas vezes o caótico trânsito nos coloca diante de nós mesmos e então descobrimos que somos capazes de muito mais coisas do que sonhava a vã filosofia dita pelo poeta!
Há outro verso paulistaníssimo “caminho por uma rua que passa em muitos países” do poema Canção Amigo, já musicado por Milton Nascimento. Mas talvez o poema mais conhecido de Drummond, ilustre ipsis litteris a terra da garoa em diversas localidades “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho” com direito as mais diversas interpretações da célebre pedra!
“ Êh, São Paulo, êh São Paulo, São Paulo da garoa, São Paulo que terra boa ...” (Êh, São Paulo – Alvarenga e Ranchinho)

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