terça-feira, 28 de maio de 2013

São Paulo no Tom!

A cidade de São Paulo não desafinou, sol radiante, céu azul, faltou apenas o mar para completar a festa!

A cantora mato-grossense, Vanessa da Mata, (en)cantou os versos amorosos de sotaque carioca do maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim e o coral formado pelo público de milhares de pessoas não perdeu o tom.

Famílias inteiras, jovens de todas as tribos, brasileiros e estrangeiros, unidos pelo amor nascido da genialidade de Tom Jobim, o segundo compositor mais gravado no mundo, perdendo apenas para os Beatles, o que fazia o maestro brincar: “estou em desvantagem, eles são quatro e cantam em inglês”, mas as canções de Jobim também se imortalizaram no idioma dos meninos de Liverpool, na voz do não menos extraordinário Frank Sinatra.

O local do tributo a Tom Jobim é especial à cidade e questionador à humanidade.

O Parque da Juventude, palco do evento, é o recomeço de uma nova história. Até 2002 no local funcionava a Casa de Detenção de São Paulo, um complexo penitenciário construído na década de 1920 e que ganhou repercussão nacional e internacional em 1992 quando 111 detentos foram mortos em ação da Polícia Militar. O presídio e suas histórias já foram retratados em canções, filmes e livros, e hoje, embora a história não tenha sido apagada, a página foi virada, atualmente no espaço há um grande parque de área verde, uma biblioteca para todas as idades e gostos literários além de uma escola técnica, espaços acolhidos pela sociedade que podemos comprovar com o grande número de visitantes à biblioteca, o processo seletivo bastante concorrido na escola técnica e os 120 mil participantes no show de Vanessa da Mata.

Acredito serem Educação e Cultura proveitosas iniciativas na reconstrução do sistema prisional brasileiro e a poesia um convite a um mundo melhor!


Ps. As fotos são de autoria do querido Víctor Gonzales!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Virada (multi)cultural

Inspirada na Nuit Blanche de Paris, a Virada Cultural se consolida como o maior evento cultural da megalópole paulistana. Vinte e quatro horas nonstop de arte em suas mais variadas vertentes e o melhor tudo “Catraca Livre” como diria Dimenstein.

Iniciei a noite contemplando a genialidade de Caetano Veloso pela voz da não menos extraordinária Gal Costa, com destaque ao poema de Maiakovski musicado por Caetano “Ressuscita-me/lutando/contra as misérias/do cotidiano/ressuscita-me por isso”.

Após o show era hora de jantar e se preparar para sacolejar, pois a próxima atração seria o grupo Kaoma sucesso na década de 1990, com hit Chorando se foi, uma versão da canção boliviana Llorando se fue. E para jantar escolhemos El Rinconcito Peruano, um restaurante simples, preços acessíveis e sabor autenticamente peruano. O local não é dos melhores (rua Aurora, 451, Centro, São Paulo), e também não placa de identificação, mas o clima é amistoso e a comida saborosa.

Era hora de dançar, e assim o fizemos ao som da latinidade-cigana (fake, porém divertida) de Sidney Magal e relembramos a infância com a parada de sucessos da lambada na voz de Loalwa Braz a vocalista do Kaoma, que dividiu o palco com Gaby Amarantos, do Juruna ao Mundo com seu tecnobrega, carimbó, lambada e muito treme-treme-treme-treme.

Após lambadear desejava um encontro intenso com minha cama, precisa dormir, antes ainda conferimos samba de roda da Bahia, de São Paulo e até do Pará, enfim metrô, ônibus e uma caminhadinha não foram suficientes para acabar meu sono que só foi interrompido por um @#$%&* celular que insistia em avisar que já passava do meio-dia!

As fotos são crédito de Víctor Gonzales

terça-feira, 7 de maio de 2013

Povos em Movimento

Todos os caminhos levam a Roma. E todos eles passam por São Paulo. Procissões, paradas, marchas e caminhadas tomam ruas e parques da cidade ao menos uma vez por mês. A cidade que não dorme aproveita para caminhar, cantar, dançar, promovendo uma grande festa!
O Parque do Ibirapuera no último domingo foi tomado por imigrantes dos mais diversos rincões deste “mundo, mundo, vasto mundo” como dizia o poeta. Foi a primeira edição da Parada do Migrante, as músicas e danças apresentadas não deixaram ninguém parado. Os russos que também celebravam a Páscoa russa encantaram o público com seus saltos e roupas coloridas além de distribuírem ovos coloridos, tradição do país na ocasião da festa pascal. Os caporales bolivianos e a galopera paraguaia também fizeram o povo vibrar. A repercussão do evento foi positiva entre os que aproveitavam o dia ensolarado no parque, quanto à mídia nem tanto, fato que me entristece um pouco, eventos como esse servem para conhecer o Outro e assim respeitá-lo evitando a propagação de estereótipos ou opiniões pouco respeitosas como vimos em matéria veiculada no Jornal O Estado de S. Paulo intitulada Imigrantes latinos engrossam fila por casa própria em SP em que se lê: “O aumento da imigração de latino-americanos, como bolivianos, paraguaios, peruanos e haitianos, empurrou esses novos miseráveis para favelas, cortiços e terrenos invadidos na cidade de São Paulo.” O aumento vertiginoso da população imigrante na cidade tem inserido na agenda governamental debates acerca desta temática, as próprias comunidades estrangeiras têm se mobilizado e promovido discussões sobre o acesso de imigrantes à saúde, educação, moradia, emprego e essa organização tem obtido êxito na busca do respeito aos direitos básicos do cidadão, ainda que estrangeiro, afinal, a paisagem da antiga terra da garoa é por si cosmopolita.
E as fotos, onde estão? Optei em curtir a festa dançando e aplaudindo então não foram feitas fotos do evento, mas se alguém que lê este post, esteve lá e quiser mandar uma foto, será bem-vinda!
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