quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A cidade dos espelhos

Enquanto esperava o ônibus o rapaz se divertia vendo seu rosto refletido de forma engraçada na poça d’água que se formara com as chuvas, lembrou-se do tempo em que era menino e, com seus amigos tomavam banho no rio que passava no lá pé do morro.



Mais a frente um moça arruma seus cabelos na vitrine da loja e, pela vidraça notou a igreja com sua arquitetura peculiar e a imensa cruz ricamente ornamentada com flores do mesmo modo que figurava nas histórias contadas por sua avó sobre uma terra já distante.



 Naquele úmido final de manhã ventava bastante, a brisa encontrou uma senhora que delicadamente cuidava de seu jardim, ao sentir o perfume do jasmim, fechou os olhos e lembrou-se dos verões em que junto com as amigas faziam lindas pulseiras com flores de jasmim, era o cheiro da infância!



Consultando sua agenda aquele senhor percebeu que ao almoço não restaria mais que quinze ou vinte minutos, o suficiente para saborear duas ou três salteñas e ao comê-las, não conteve o riso por se recordar das muitas vezes que se lambuzou com o caldo do recheio ou então de quando queimava a ponta da língua por não esperar esfriar como sua mãe recomendara.



A tarde passou e com ela também o tempo, o imponente edifício no final da rua refletia o cotidiano daquela cidade de tantas pessoas, tantos sonhos, tantas histórias.

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